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Reforma da Previdência: Como Solicitar Aposentadoria Especial

A aposentadoria especial é um direito importante para trabalhadores expostos a condições insalubres. Com a reforma da previdência de 2019, as regras mudaram e é essencial entender como solicitar esse benefício.

Mudanças nos critérios da aposentadoria especial

Com a reforma da previdência que entrou em vigor em novembro de 2019, as regras para a aposentadoria especial sofreram alterações significativas. Anteriormente, o trabalhador precisava apenas comprovar o tempo de exposição a agentes nocivos para ter direito ao benefício. Agora, dois critérios são fundamentais: a comprovação da atividade em ambiente insalubre e a idade mínima do trabalhador.

Para os trabalhadores que já estavam contribuindo antes da reforma e que atuavam em condições insalubres, existe a possibilidade de utilizar as regras de transição. Essas regras misturam as normas anteriores com as novas, permitindo uma adaptação gradual às mudanças.

Os novos critérios estabelecem que, além de ter trabalhado em um ambiente com grau de insalubridade, o trabalhador deve ter um período mínimo de contribuições para ser considerado segurado da Previdência Social. Isso implica que agora, ao solicitar a aposentadoria especial, o trabalhador deve apresentar documentação que comprove tanto a atividade em risco quanto o tempo de contribuições.

É importante destacar que existem duas tabelas com regras distintas: uma para quem já estava no mercado de trabalho em profissões prejudiciais à saúde antes da reforma e outra para aqueles que começaram a trabalhar após a implementação das novas regras. Essa diferenciação é crucial para garantir que os trabalhadores que já estavam expostos a riscos possam se beneficiar das regras anteriores, minimizando os impactos da reforma.

Portanto, se você está em dúvida sobre como proceder, é essencial buscar informações sobre os requisitos específicos para a sua situação e, se necessário, consultar um especialista para garantir que todos os documentos estejam em ordem antes de fazer o pedido formal para a aposentadoria especial.

Profissões que têm direito à aposentadoria especial

Para conseguir a aposentadoria especial, o trabalhador deve comprovar que exerceu atividades em profissões que envolvem risco à saúde. A reforma da previdência estabeleceu diferentes categorias de risco, que determinam o tempo de contribuição necessário para obter o benefício.

Alto risco – 15 anos de contribuição

  • Britador;
  • Carregador de Rochas;
  • Cavoqueiro;
  • Choqueiro;
  • Mineiros no subsolo;
  • Operador de britadeira de rocha subterrânea;
  • Perfurador de Rochas em Cavernas.

Médio risco – 20 anos de contribuição

  • Extrator de Fósforo Branco;
  • Extrator de Mercúrio;
  • Fabricante de Tinta;
  • Fundidor de Chumbo;
  • Laminador de Chumbo;
  • Moldador de Chumbo;
  • Trabalhador em Túnel ou Galeria Alagada;
  • Trabalhadores permanentes em locais de subsolo, afastados das frentes de trabalho;
  • Carregador de Explosivos;
  • Encarregado de Fogo.

Baixo risco – 15 anos de contribuição

  • Aeroviário;
  • Aeroviário de Serviço de Pista;
  • Auxiliar de Enfermeiro;
  • Auxiliar de Tinturaria;
  • Auxiliares ou Serviços Gerais;
  • Bombeiro;
  • Cirurgião;
  • Dentista;
  • Eletricista (acima de 250 volts);
  • Enfermeiro;
  • Engenheiros Químicos, Metalúrgicos e de Minas;
  • Escafandrista;
  • Estivador;
  • Foguista;
  • Químicos Industriais;
  • Toxicologistas;
  • Gráfico;
  • Jornalista;
  • Maquinista de Trem;
  • Médico;
  • Mergulhador;
  • Metalúrgico;
  • Mineiros de superfície;
  • Motorista de ônibus;
  • Motorista de caminhão (acima de 4000 toneladas);
  • Técnico em laboratórios de análise e laboratórios químicos;
  • Técnico de radioatividade;
  • Trabalhadores em extração de petróleo;
  • Transporte ferroviário;
  • Transporte urbano e rodoviários;
  • Operador de Caldeira;
  • Operador de Raios-X;
  • Operador de Câmera Frigorífica;
  • Pescadores;
  • Perfurador;
  • Pintor de Pistola;
  • Professor;
  • Recepcionista;
  • Soldador;
  • Supervisores e Fiscais de áreas com ambiente insalubre;
  • Tintureiro;
  • Torneiro Mecânico;
  • Trabalhador de Construção Civil (Grandes Obras – apartamentos acima de 8 andares);
  • Vigia Armado.

Essas categorias são fundamentais para determinar o tempo de contribuição necessário para cada trabalhador. Se você se encaixa em uma dessas profissões, é importante reunir toda a documentação que comprove sua atividade e o tempo de serviço, a fim de garantir o direito à aposentadoria especial.

Como calcular a aposentadoria especial

O cálculo da aposentadoria especial passou por mudanças significativas com a reforma da previdência. Atualmente, o valor da aposentadoria não descarta mais os 20% de menores contribuições, o que impacta diretamente no valor final recebido pelo trabalhador.

Para calcular a aposentadoria especial, é necessário seguir algumas etapas:

  • Determine a média dos salários de contribuição: O primeiro passo é calcular a média de todos os salários de contribuição do trabalhador desde julho de 1994. Isso inclui todos os registros de contribuição, independentemente do valor.
  • Calcule o percentual: O valor da aposentadoria especial corresponde a 60% da média dos salários de contribuição. Para cada ano adicional de contribuição que exceder 20 anos para homens e 15 anos para mulheres, adiciona-se 2% a esse valor. Por exemplo, um homem que contribuiu por 25 anos terá 60% + (5 anos x 2%) = 70% da média.
  • Considere o tempo de atividade especial: O tempo de contribuição em atividades consideradas de risco pode influenciar no cálculo. Quanto mais tempo o trabalhador tiver atuado em condições insalubres, maior será o seu percentual final de aposentadoria.

É importante que o trabalhador esteja atento a todos os detalhes da sua contribuição e faça o cálculo com precisão. Uma boa prática é utilizar ferramentas online, como calculadoras de aposentadoria, que podem ajudar a simular o valor a ser recebido.

Além disso, é recomendável consultar um especialista em previdência, que pode fornecer orientações personalizadas e garantir que todas as contribuições estejam devidamente contabilizadas, evitando surpresas na hora de solicitar o benefício.

Paola Silva

Formada em Jornalismo na UCS, minha trajetória inclui atuação em assessoria de comunicação e apuração de notícias para jornais impressos de Santa Catarina, desenvolvi especialização na cobertura de temas econômicos e sociais em nível nacional.

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